Os Segredos do Tucanoduto e sua relação com a mídia. Civita desabafa: 'Serra é o chefe de tudo'. (parte 1)
DENUNCIAS GRAVES SOBRE A VEJA. (publicadas, no Blog do Mello em 2012)
"Faltavam catorze minutos para as 2 da tarde da última sexta-feira quando o empresário Roberto Civita, presidente da revista Veja e do Grupo Abril, parou seu carro em frente a um bar, em São Paulo. Responsável pelas mais infames acusações aos governos dos presidentes Lula e Dilma, ele tem cumprido religiosamente a tarefa de ir até esse modesto bar numa região pobre da grande São Paulo. Desce do carro, vai até o balcão e é servido com sua bebida preferida, que sorve numa talagada. Chega mais cedo para evitar ser visto pelos outros bebuns e vai embora depressa, cabisbaixo. "O PSDB me transformou em bandido”, desabafa. Civita sabe que essa rotina em breve será interrompida. Ele não tem um átimo de dúvida sobre seu futuro.
Nessa mesma sexta, Civita havia
organizado em mega-encontro, com mais de mil empresários do Brasil e do
exterior. Chamou o ilustre economista Paul Krugman e
também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente do Brasil, Dilma
Rousseff. Ambos confirmaram presença. Mas, em cima da hora, a presidente
arranjou uma desculpa para não comparecer e o ministro abandonou a mesa de
debates, sem dar satisfações. "Ali, foi selado meu destino" -
acredita Civita.
Pessoas próximas ao empresário
afirmam que Civita teria responsabilizado o candidato tucano à prefeitura de
São Paulo, José Serra, pelo vexame que deu em público. Meneando a cabeça, ele
saiu exclamando para quem quisesse ouvir: “Eu avisei ao Serra que ia dar merda!
Eu avisei!”.
Apontado como o responsável pela
engenharia que possibilitou ao PSDB e até recentemente ao DEM montar o maior
esquema de espionagem, baixaria e calúnia da história, Civita enfrenta um
dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto
que havia firmado com os tucanos. Para proteger os figurões, conta que assumiu
a responsabilidade de cometer crimes que não praticou sozinho, mas com a ajuda
de Carlinhos Cachoeira e seu grupo de arapongas, que faziam as “reportagens
investigativas” de Veja, para defender interesses dos demo-tucanos. Civita
manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o
"predileto" do poder, relacionadas à privataria e aos escândalos da
área de saúde do governo FHC, comandada por José Serra. Em troca do silêncio,
recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas
entranhas expostas pela Policia Federal, de que nada aconteceria a ele nem a
Demóstenes Torres. Com a queda de Demóstenes, logo após a prisão de Cachoeira,
além de ter a equipe da revista desfalcada, Civita tentou um último subterfúgio
para não naufragar: mandou fazer uma capa de destaque com a presidente Dilma.
Serra ficou enfurecido e o
ameaçou. "Ele disse que abriria o jogo e mostraria que por trás de
Carlinhos Cachoeira estava Policarpo, e por trás de Policarpo, eu".
Civita guarda segredos tão estarrecedores sobre
o tucanoduto que não consegue mais reter só para si — mesmo que agora,
desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um
crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os
segredos de Civita, se revelados, põem o ex-presidente FHC e José Serra no
epicentro do maior escândalo de corrupção da história, a privataria tucana.
Puxado o fio da meada, vêm juntos o caso Banestado, o Proer, a venda da Vale, o
Fonte Cindam, a lista de Furnas. Sim, e, no comando das operações, Serra. Sim.
Serra, que, fiel a seu estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão
à sua volta, mesmo que isso significasse a morte moral e política de
companheiros diletos. Civita teme, e fala a pessoas próximas, que se contar
tudo o que sabe estará assinando a pior de todas as sentenças — a de sua morte:
"Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje"."
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